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Obras de Angra 3 são paralisadas por falta de verba

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Durante uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, em Brasília, o diretor-presidente da Eletronuclear, Eduardo Grivot, reconheceu que a empresa não possui recursos para quitar a dívida de R$ 264 milhões que deve à Prefeitura de Angra dos Reis em compensações ambientais relacionadas à construção da usina nuclear Angra 3.

Grivot justificou a falta de pagamento devido à interrupção das obras de Angra 3 durante a Operação Lava Jato, afirmando que não há recursos orçamentários disponíveis para saldar a dívida.

O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, reagiu alegando que a empresa deveria buscar recursos para cumprir com seus compromissos, questionando por que há dinheiro para a construção da usina, mas não para o município.

Durante a audiência, Jordão também rejeitou o argumento da Eletronuclear de que a falta de repasse de recursos se deve à ausência de projetos, afirmando que isso é uma mentira. Ele ressaltou a necessidade de a empresa estabelecer uma equação financeira para priorizar as cidades de Angra, Paraty e Rio Claro, em vez de contingenciar os pagamentos devido à falta de recursos.

A deputada estadual Célia Jordão, presente na sessão, enfatizou que, apesar dos desafios enfrentados pela Eletronuclear durante a Operação Lava Jato, a população não pode ser penalizada, defendendo a necessidade de um cronograma orçamentário para resolver a situação.

A dívida da Eletronuclear com a prefeitura de Angra dos Reis é antiga, remontando a um termo de compromisso assinado em outubro de 2009. Esse acordo estabelecia o repasse de recursos para projetos socioambientais como contrapartida pela cessão do terreno pela prefeitura para a construção de Angra 3. O valor atualizado dessa compensação socioambiental alcança R$ 264 milhões.

Enquanto a dívida não for paga pela Eletronuclear, as obras de Angra 3 permanecerão paralisadas, segundo o prefeito Fernando Jordão. A Prefeitura embargou a obra após alterações no projeto urbanístico aprovado inicialmente.

A audiência pública foi solicitada pelo deputado federal Max Lemos após a Eletronuclear omitir o vazamento de material radioativo ocorrido na usina Angra 1 em setembro do ano anterior. Posteriormente, a própria estatal confirmou o ocorrido. A Justiça Federal determinou que a Eletronuclear faça uma avaliação completa dos danos causados, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal, enquanto o Ibama aplicou uma multa à empresa.

*estagiária sob supervisão de Raquel Morais

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