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Costa Verde se destaca no aumento de etnias indígenas registradas no Estado do Rio

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O Censo 2022 revelou que o Estado do Rio de Janeiro abriga hoje indígenas de 207 etnias, um crescimento expressivo em relação às 163 identificadas no Censo de 2010. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), colocam o Rio entre as sete unidades da federação com maior diversidade étnica indígena.

Entre os territórios fluminenses que se destacam, a Costa Verde — especialmente os municípios de Angra dos Reis e Paraty — mantém papel central na preservação da cultura indígena. Nessas regiões, estão as Terras Indígenas Guarani de Bracuí, Parati-Mirim e Araponga, que reúnem a maior parte da etnia Guarani Mbya, o grupo mais numeroso do estado.

Atualmente, 539 indígenas Guarani Mbya vivem dentro dessas Terras Indígenas, e outros 114 residem fora delas, em áreas urbanas e rurais da Costa Verde. A presença marcante reforça o território como um importante polo de identidade e resistência cultural.

A etnia Guarani Mbya lidera em número de integrantes no Estado, seguida por Tupinambá, Guarani, Potiguara, Guarani Kaiowá e Pataxó — representando parte significativa da diversidade indígena fluminense.

Aldeia Sapukai em Bracui – Angra dos Reis / Redes sociais

Diversidade linguística também cresce

O levantamento mostra ainda que o número de línguas indígenas faladas no Rio de Janeiro subiu de 42 para 74 entre 2010 e 2022. A língua Guarani Mbya é atualmente a mais falada, consolidando o papel das comunidades da Costa Verde como guardiãs de tradições linguísticas e espirituais.

Dos indígenas com dois anos ou mais que vivem em Terras Indígenas, 505 declararam usar apenas uma língua indígena dentro de casa, enquanto seis relataram o uso do português ou Libras.

Presença indígena no estado

Segundo o Censo, o Rio de Janeiro tem 16.994 pessoas indígenas, sendo a maioria residente na capital. Em seguida aparecem Angra dos Reis (443), Paraty (408) e Maricá (203) entre os municípios com maior número de pessoas que se autodeclararam pertencentes a uma etnia.

A pesquisa também aponta que 94,59% vivem em áreas urbanas e 5,41% em zonas rurais, reforçando o processo de urbanização da população indígena fluminense.

Brasil e diversidade

Em todo o país, o Censo identificou 391 etnias e 295 línguas indígenas. As três mais populosas são Tikúna, Kokama e Makuxí. O levantamento também revelou que 78,5% dos indígenas falantes de língua nativa são alfabetizados, índice um pouco menor que o da população indígena geral (84,9%).

O retrato detalhado mostra a força e a diversidade dos povos originários e reafirma o papel da Costa Verde como uma das regiões mais representativas do estado na preservação das culturas e línguas indígenas.

Povos tradicionais / Divulgação
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