A indústria naval de Itaguaí ganhou novo impulso na quarta-feira (26), com duas entregas estratégicas do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), um dos principais eixos do Novo PAC. No Complexo Naval de Itaguaí — atualmente a maior base de construção e operação de submarinos da América Latina — foi lançado ao mar o submarino Almirante Karam, que inicia agora sua fase de testes de superfície e imersão antes de ser incorporado à Marinha do Brasil.
A cerimônia também marcou a entrada em operação do Tonelero, terceiro submarino convencional da classe Riachuelo construído no estaleiro de Itaguaí, ao lado do Humaitá. Com isso, o complexo consolida sua posição como polo de tecnologia e produção naval avançada.
O ministro da Defesa, José Múcio, destacou a relevância econômica e tecnológica do setor no Rio de Janeiro. “A base industrial da defesa gera empregos, inovação e desenvolvimento. Só neste ano, ultrapassamos US$ 3 bilhões em exportações autorizadas”, afirmou.
Produzidos integralmente no país com transferência de tecnologia da francesa Naval Group, os submarinos fazem parte de um programa que, desde 2008, já gerou mais de 60 mil empregos diretos e indiretos. Atualmente, cerca de 2,5 mil trabalhadores atuam no Complexo Naval de Itaguaí, movimentando a economia local e fortalecendo a cadeia produtiva regional.
O novo submarino, Almirante Karam (S43), tem 72 metros de comprimento, cerca de 2 mil toneladas e capacidade de permanecer até 70 dias submerso, equipado com sistemas de combate capazes de operar torpedos, mísseis e minas. Ele foi batizado pela ministra do STF e presidente do TSE, Cármen Lúcia, em cerimônia tradicional realizada no estaleiro.
Após o lançamento, o submersível passará por testes até 2026, quando será integrado ao setor operativo da Marinha. A entrega dos submarinos convencionais marca a consolidação da tecnologia necessária para o próximo passo do ProSub: o desenvolvimento do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado, considerado um dos projetos mais complexos da Defesa brasileira.
Para a Marinha, o avanço representa um marco histórico. “O ProSub fortalece a autonomia tecnológica e industrial do país e amplia de forma inédita a capacidade do poder naval brasileiro”, afirmou o Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria.
