O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira, 27, nova parte do seu Censo, revelando que a cada 10 municípios do Brasil, três têm moradores quilombolas. São mais de 1,3 milhão de pessoas espalhadas em quase 1,7 mil cidades em todas as regiões do país e em quase todos os estados. Os municípios da Costa Verde e Sul Fluminense têm 2.864 moradores quilombolas.
Mangaratiba registra o maior número: 929, que representam 2,3% da população total da cidade, que é de 41.220 habitantes. Em seguida vem Angra dos Reis, com 852 quilombolas, que representam 0,5% da população total, de 167.418 moradores. Paraty tem 763, sendo 1,7% de um total de 44.872 habitantes. Itaguaí, também da Costa Verde, não tem quilombolas.
No Sul Fluminense, Valença tem 166 quilombolas, que são 0,2% de um total de 67.753 moradores. Rio Claro tem 148, 0,9% de um total de 17.401 habitantes. Volta Redonda tem apenas seis em uma população de 261.584 habitantes. Barra do Piraí, Vassouras e Resende não registraram nenhum quilombola.
De acordo com o IBGE, estes dados são inéditos, já que é a primeira vez que o Censo incluiu em seus questionários questões para identificar pessoas que se autodenominam quilombolas.
Das 5.570 cidades do país, 1.696 têm moradores quilombolas (30,5%). Quase um terço vive na Amazônia Legal.
O que são quilombolas?
Quilombolas são pessoas negras, que vivem em comunidades remanescentes dos antigos quilombos (refúgio de pessoas escravizadas na época do Brasil Colônia e no período do Império).
Uma pessoa que se autodetermina quilombola tem laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive.