Escolas localizadas em comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras de Angra dos Reis e Paraty passarão a ter professores qualificados para passar disciplinas de currículos diferenciados, que promovam a resistência cultural e o reforço da identidade dos povos tradicionais. A Universidade Federal Fluminense (UFF) criou ou programa “Escolas do Território”, que desenvolve projetos na região, com foco na formação de docentes.
Atualmente, 1.003 alunos e 96 docentes são atendidos diretamente pelo programa, que atua em escolas localizadas nas comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras. O programa engloba ações de extensão vinculadas ao ensino e à pesquisa, além de promover a formação continuada dos professores e colaborar com o movimento de reorientação curricular.
Os projetos têm no mínimo quatro anos de duração e a formação é de médio e longo prazo, já que os projetos têm, no mínimo, 4 anos. A seleção desses docentes é feita pelas redes públicas de ensino, pois os professores são efetivos ou contratados pelas secretarias municipais ou estaduais de Educação.
De acordo com Domingos Barros Nobre, professor do Instituto de Educação da UFF de Angra dos Reis, e coordenador do programa, o projeto possui metodologia própria de formação profissional, alinhada a um currículo construído especificamente para o programa.
“Nosso método trabalha com pedagogia de projetos e currículos integrados. Ou seja, não é a modalidade conservadora e tradicional que consta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Inclusive, quando construímos essa metodologia, percebemos que ela também pode ser aplicada em outras escolas”, comenta Nobre.
A formação está fundamentada em três bases de atuação: indígena, quilombola e caiçara (mais conhecida como Educação do Campo). Na primeira são desenvolvidos o Curso de Ensino Médio com habilitação em Magistério Indígena (fruto do acordo de cooperação técnica entre a UFF e a Secretaria de Estado de Educação – Seeduc/RJ), o Curso de Formação Continuada de Professores Guarani (que lecionam no ensino fundamental I do Colégio Indígena e Estadual Guarani Karai Kuery Renda, localizado em Angra dos Reis) e o Curso de Formação Continuada de Professores Não Indígenas (que trabalham no ensino fundamental II do Colégio Indígena).
Na segunda base de atuação, o projeto atende professores do primeiro e segundo segmento das Escolas Municipais Campinho da Independência e José de Melo, localizadas, respectivamente, no Quilombo do Campinho e no Quilombo do Cabral, em Paraty. Já em relação à educação caiçara, um acordo de cooperação técnica entre a universidade e a Secretaria Municipal de Educação de Paraty possibilita a formação dos professores que lecionam nas escolas da Zona Costeira. Além disso, os docentes que trabalham no Ensino Médio do Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, na Vila do Abraão, em Ilha Grande, também recebem a formação.
Para mais informações sobre o “Escolas do Território”, acesse o Instagram (@escolasdoterritorio) ou o site: www.escolasdoterritorio.uff.br