Fernanda Torres conquistou uma vitória gigantesca na cerimônia do Globo de Ouro, com o prêmio inédito de melhor atriz, para uma artista brasileira. O evento, um dos maiores do cinema mundial, foi transmitido durante a noite de domingo (5) e a madrugada desta segunda-feira (6) e contou com a participação das maiores estrelas e astros da indústria do audiovisual. Quando Viola Davis, que apresentava a categoria, disse o nome de Fernanda Torres como vencedora, até as concorrentes diretas aplaudiram com emoção, caso de Tilda Swinton.
Fernanda dedicou a vitória à mãe, Fernanda Montenegro. Ao receber o prêmio das mãos da atriz Viola Davis, Fernanda relembrou que sua mãe também foi indicada à mesma premiação há 25 anos. Ela também destacou a protagonista do filme Ainda Estou Aqui, Eunice Paiva e a importância da luta contra a ditadura.
Presidente lula e famosos celebram a vitória da brasileira
O presidente Lula postou na rede X (ex-twiter) um vídeo onde mostra um encontro com Fernanda e elogia a atriz.
https://x.com/LulaOficial/status/1876122352905523667
Selton Mello, que estava presente na premiação e comemorou com Fernanda Torres, publicou um texto nas redes sociais. “Eu vi a história sendo feita. Te amo, Fernanda. Quando eu pousar os pés no chão eu falo mais”, escreveu.
“Eunice Paiva, Rubens Paiva, Marcelo Rubens Paiva, o nosso cinema brasileiro. Brasil no topo”
Outros famosos, como Gil do Vigor, Tais Araújo e Lázaro Ramos, também se emocionaram com o prêmio que consagra a interpretação de Torres, no ótimo filme de Walter Salles.
Sobre Ainda estou Aqui
Ainda estou Aqui narra a vida da família Paiva – a mãe, Eunice, e os cinco filhos – após o desaparecimento do marido de Eunice, o deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar.
O longa é o filme escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para ser o representante brasileiro a concorrer à indicação ao Oscar 2025. O filme foi recebido com comoção pelas plateias e premiado em vários festivais internacionais, levando o prêmio de melhor roteiro no festival de Veneza.
O filme é baseado no livro biográfico do jornalista Marcelo Rubens Paiva, filho caçula de Eunice e Rubens Paiva. Lançado em 2015, o livro conta a história da mãe dele, símbolo da luta contra a ditadura, que viveu até 2018, e morreu aos 86 anos, com Alzheimer.
Eunice Paiva criou os cinco filhos e se tornou advogada de direitos humanos e indígenas após a prisão e o desaparecimento do marido, em 1971, durante a ditadura, no Rio de Janeiro.