Pela primeira vez desde sua fundação, a Eletronuclear enfrenta uma greve por tempo indeterminado de seus funcionários, que começou às 0h desta terça-feira (08).
A paralisação, que atinge principalmente a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada em Angra dos Reis (RJ), foi anunciada após anos de impasse nas negociações salariais entre a estatal e os trabalhadores.
Segundo o Sindicato dos Eletricitários de Angra e Paraty a pauta principal é o não pagamento da data-base, que acumula três anos de atraso.
A reivindicação salarial é o centro da mobilização. O sindicato denuncia que a Eletronuclear deixou de aplicar os reajustes previstos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos dois anos.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores têm direito a um aumento de 6,76% referente ao IPCA de 2022 e 3,69% relativos ao período 2023/2024. Como a data-base vence novamente em maio, um terceiro percentual será adicionado à dívida.

A base da Eletronuclear em Angra dos Reis conta com 1.250 funcionários, enquanto no Rio de Janeiro são 550.
Sobre a greve em Angra dos Reis, a Eletronuclear afirmou na semana passada que a paralisação não compromete a operação nem a segurança das usinas nucleares. A companhia também disse ter apresentado uma proposta de acordo com reajuste integral de salários e benefícios pelo IPCA, no percentual de 3,69%.